Tribunal de Contas abre investigação contra Pedro Guimarães

O Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou investigação sobre o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, pelas denúncias de assédio sexual e moral cometidas contra empregadas da entidade divulgadas na semana passada. Guimarães deixou o cargo após o caso ter-se tornado público. A apuração pelo TCU atende a pedido do Ministério Público de Contas, feito pelo subprocurador Lucas Rocha Furtado. O órgão relata que será apurado se “Pedro Guimarães, no exercício da presidência da Caixa Econômica Federal, cometeu assédio sexual e moral contra empregadas e empregados daquela instituição financeira pública, o que, além de caracterizar prática criminosa, configura flagrante violação ao princípio administrativo da moralidade”. O caso A imprensa tornou público, na semana passada, que várias empregadas da Caixa haviam denunciado o então presidente da entidade por assédio sexual ao Ministério Público Federal (MPF). Os testemunhos relatam toques em partes íntimas sem consentimento, falas e abordagens inconvenientes e convites incomuns e desrespeitosos, incompatíveis com qualquer ambiente de trabalho. A maior parte das denúncias está ligada a atividades do programa Caixa Mais Brasil, em vários locais do país. O programa realizou, desde 2019, mais de 140 viagens, a maioria aos finais de semana, em que estavam Pedro Guimarães e equipe. Nesses eventos, todos ficavam hospedados no mesmo hotel, ocasião em que ocorriam os assédios.

Tema da próxima mesa com Fenaban foi alterado para Igualdade de Oportunidades

O tema da próxima rodada de negociação com a Fenaban, na quarta-feira 6, que seria “cláusulas sociais e segurança bancária”, foi alterado para “igualdade de oportunidades”. A mudança se deu por conta dos últimos acontecimentos na Caixa – acusado de assédio sexual, o presidente do banco público, Pedro Guimarães, pediu demissão do cargo –, que tornaram ainda mais urgente o debate sobre igualdade de oportunidades nos bancos, tema este que inclui reivindicações dos trabalhadores no sentido de coibir o assédio sexual e a violência contra as mulheres nas agências e departamentos bancários. “As denúncias de assédio sexual trazidas pela imprensa são muito graves. Precisamos combater todo e qualquer tipo de abuso e dar assistências às vítimas”, avalia a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “O escândalo aponta que temos muito trabalho pela frente para enfrentar este problema. E esse trabalho envolve tratamento igualitário, educação, punição de culpados, acolhimento e proteção das vítimas de assédio sexual ou moral”, completa. O movimento sindical pedirá que a Fenaban observe quatro pontos no combate ao assédio: (1) treinamento e formação do quadro para a promoção de debates sobre o tema; (2) acolhimento das denúncias e apuração bipartite, banco e sindicato; (3) proteção e assistência às vítimas; (4) e punição dos culpados. Calendário de negociações: Quarta-feira, 6 de julho: Igualdade de OportunidadesSexta-feira, 22 de julho: Cláusulas Sociais e TeletrabalhoQuinta-feira, 28 de julho: Cláusulas Sociais e Segurança BancáriaSegunda-feira, 1º de agosto: Saúde e Condições de TrabalhoQuarta-feira, 3 de agosto: Cláusulas EconômicasQuinta-feira, 11 de agosto: Continuação das Cláusulas Econômicas

Dia Nacional de Luta contra o assédio moral e sexual

Os bancários de todo o Brasil realizam um Dia Nacional de Luta contra o assédio moral e sexual, na próxima terça-feira (5). Idealizado pelo Comando Nacional dos Bancários, o objetivo do ato é intensificar as denúncias e a exigência das devidas apurações junto à base da categoria e à sociedade. Para as mídias sociais a orientação é usar a #BastaDeAssedio. Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional, lembra que nos últimos dias acompanhamos as notícias e os relatos sobre as práticas criminosas de assédio moral e sexual na categoria bancária, principalmente contra as colegas bancárias da Caixa. “As entidades sindicais já repercutiram os fatos cobrando apuração e, com isso, desencadeou expressivo envolvimento em âmbito nacional. Não vamos parar enquanto todos os casos forem investigados e os culpados punidos”, garantiu. Juvandia informou que o foco será o respeito às mulheres, a equidade de condições no trabalho, a exigência de respeito e acolhimento às colegas denunciantes dos casos ocorridos na Caixa. “Os atos presenciais podem ser realizados nas unidades dos bancos, com prioridades às da Caixa, para diálogo com a categoria e a população local. Em cada região propomos o convite aos representantes de movimentos sociais locais, feministas e de direitos humanos, entre outros, para potencialização das ações”, explicou.