Sem negociar com trabalhadores, Santander abrirá agências no sábado (22)

O Santander decidiu abrir suas três mil agências em todo o Brasil, no próximo sábado (22), das 10h às 14h, sem qualquer negociação com a representação sindical dos trabalhadores. O banco se limitou a fazer uma ligação para a representação dos trabalhadores para informar sobre a decisão que já havia sido tomada, sem abrir possibilidades de negociações. “É importante que haja negociação antes da comunicação oficial, espaço para colocar a posição do trabalhador, as condições de trabalho, as dificuldades impostas pela abertura num sábado, mas o Santander insiste na postura antissindical e antitrabalhador”, criticou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias. Foram convocados para o trabalho no sábado os gerentes de negócios e serviços (GNS) de 8 horas; gerentes gerais; e gerentes PJ, PF e Van Gogh. Não trabalharão caixas, GNS de 6 horas e demais cargos não descritos acima. >>>>> Em carta aberta, funcionários questionam presidente do Santander abertura de agências no sábado Sem pagar horas-extras O banco negou o pagamento de horas extras alegando dificuldades sistêmicas para tal. Os bancários que trabalharem no dia 22 terão direito a folgar uma hora e meia para cada hora trabalhada. A compensação se dará na semana seguinte e não nos seis meses praticados por meio da Política Interna de Compensação de Horas, que não foi negociada com o movimento sindical. “Além de convocar para trabalhar em um sábado, durante a pandemia, o banco ainda se nega a pagar horas extras”, denunciou a coordenadora da COE/Santander. “Para abrir uma agência no sábado, o banco precisa fazer alterações sistêmicas e logísticas complexas e tudo isso foi feito em tempo recorde, mas quando se trata de beneficiar os funcionários, o banco sempre tem uma enorme dificuldade. Isso só aumenta a indignação dos trabalhadores”, completou. Endividamento é culpa dos bancos O banco alega que a inadimplência está alta e numa crescente, o que tem levado muitos clientes a serem negativados, e, por conta disto, ficarem sem crédito no mercado, num momento crítico de desemprego agravado pela crise econômica e sanitária no país. Para Lucimara, não adianta o banco fazer marketing para tentar se mostrar como “bonzinho”, como uma instituição preocupada com endividamento do brasileiro, mas, na prática, contribuir para a situação de crise econômica e financeira do país. “O Santander e o sistema financeiro de forma geral têm grande parcela de responsabilidade pelo endividamento da população e pela crise econômica e financeira no país, tendo em vista as tarifas e juros praticados e pelo direcionamento e segmentação do crédito apenas para públicos que despertam seu interesse por lucros”, criticou a coordenadora da COE/Santander. “Se o banco quer reduzir a inadimplência e a pobreza no país deve gerar empregos e parar as demissões; reduzir juros e tarifas; interromper a terceirização; deixar de apoiar projetos de leis que retiram direitos e reduzem a massa salarial da população; e incentivar o crédito para pequenas e médias empresas; além de oferecer crédito responsável para os clientes”, completou. Agravamento da pandemia O país vive o agravamento da pandemia do coronavírus, junto com um surto de Influenza (H3N2), o que tem causado aumento nas contaminações nas agências e prédios e prejudicado os bancários. Nesta situação específica, há uma questão social colocada: a campanha Desendivida pode ajudar milhares de clientes que já estão sem crédito ou prestes a negativarem, num momento em que mais de 14 milhões de pessoas estão desempregadas e sem perspectivas de retornarem ao mercado de trabalho. “Há formas mais eficazes para ajudar a população, uma delas é contratar bancários para que possam atender a demanda de segunda a sexta, das 10h às 16h”, sugeriu Lucimara. Os sindicatos constataram uma grande indignação dos trabalhadores em trabalharem no sábado, em meio a um momento crítico da pandemia de Covid-19 e do surto de influenza. Além disto, ao longo da pandemia, o Santander tem exposto bancários ao trabalho presencial, mantido protocolos frágeis contra Covid-19 e intensificado a terceirização que, na prática, significa retirada de direitos. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região está fazendo uma pesquisa para aferir a insatisfação dos bancários. Participe! Fonte: Redação SPBancários, com edições da Contraf-CUT

Sindicatos questionam abertura de agências do Santander no sábado

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e diversas outras entidades representativas da categoria bancária divulgaram, nesta quarta-feira (19), uma carta aberta ao novo presidente do Santander, Mario Roberto Opice Leão, desejando uma boa gestão à frente do banco –não só sob a ótica dos acionistas, mas também de trabalhadores e clientes– e questionando a abertura das agências do banco no próximo sábado (22), para o lançamento do projeto Desendivida.      >>>>> Sem negociar com trabalhadores, Santander abrirá agências no sábado (22)     >>>>> Alô, bancário do Santander: responda o questionário sobre o trabalho no sábado 22 Na carta, os trabalhadores argumentam que a abertura das agências no sábado viola a legislação trabalhista, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e atropela o processo negocial com a representação dos trabalhadores e ocorre em meio a uma explosão de casos de Covid-19 e da Influenza.      >>>>> Bancários querem que bancos aumentem segurança sanitária Leia abaixo a carta aberta na íntegra: Carta aberta ao Sr. Mario Roberto Opice Leão, novo presidente do Santander no Brasil Nós, trabalhadores do Santander de todo o país, organizados em nossas entidades representativas, viemos a público desejar boas-vindas ao novo presidente do Santander no Brasil, o senhor Mario Roberto Opice Leão, que assumiu o comando do banco em janeiro deste ano. Esperamos e desejamos que sua gestão seja pautada pela democracia, diálogo e respeito. Que seja uma gestão excelente não só para os acionistas do Santander, mas também para trabalhadores e clientes. Por outro lado, não podemos deixar de lhe apontar – e até mesmo alertá-lo, uma vez que acaba de assumir a presidência do banco – a justa indignação dos bancários do Santander com relação ao projeto Desendivida. No último domingo, 16 de janeiro, os trabalhadores do Santander foram surpreendidos com a veiculação de uma peça publicitária, em televisão aberta, que anunciava a abertura das agências no próximo sábado, 22 de janeiro, para o lançamento do projeto Desendivida, que tem como objetivo a renegociação de dívidas. Ou seja, os trabalhadores do Santander impactados pelo lançamento do projeto foram comunicados pela televisão, em pleno domingo, de que teriam de trabalhar no sábado, renunciando de forma abrupta e compulsória ao convívio familiar e ao lazer, sem o pagamento de horas extras, que serão compensadas. Um desrespeito por homens e mulheres, pais e mães de família, que constroem os resultados do banco diariamente e fazem do Brasil a operação mais lucrativa do Grupo Santander. A convocação de bancários para trabalho em agências no sábado – além de violar a legislação trabalhista, a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria e atropelar o processo negocial com a representação dos trabalhadores – ocorre em meio a uma explosão de casos de Covid-19 e de Influenza, assim como seu subtipo H3N2. No último domingo, 16 de janeiro, mesmo dia em que o Santander anunciou o projeto Desendivida em televisão aberta, o Brasil registrou 31.629 novos casos conhecidos de Covid-19. Com isso, a média móvel de casos nos últimos sete dias foi de 69.235, a maior desde o dia 27 de junho de 2021. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +721%, indicando fortíssima tendência de alta nos casos da doença. É neste cenário que o Santander convoca bancários para trabalharem mais um dia na semana, aumentando a exposição ao vírus. Elogiamos sim a iniciativa de promover renegociações de dívidas, mas temos plena convicção de que esta ação seria possível de segunda a sexta-feira, em horário normal de atendimento. Entendemos que a abertura no sábado para o lançamento do projeto trata-se de mero marketing, que desrespeita direitos dos bancários impactados e também ignora de forma irresponsável a pandemia que assola o país e o mundo. É absurdo que o Santander privilegie uma ação de marketing em detrimento da saúde e da vida de seus funcionários. Respeitosamente, questionamos o novo presidente do Santander, Mario Roberto Opice Leão, se realmente é desta forma que ele gostaria de iniciar sua gestão à frente do banco? Por fim, reivindicamos que o Santander, na pessoa do seu novo presidente no Brasil, abra com urgência uma negociação com a representação dos trabalhadores e reveja o quanto antes a iniciativa de abrir as agências no sábado para o lançamento do projeto Desendivida. Nós, trabalhadores do Santander, merecemos respeito. Assinam esta carta: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e RegiãoSindicato dos Bancários do Rio de JaneiroContraf-CUT/SPFetec-CUT/SPFetec-CUT/SPFedera-CUT/RJFeeb SP/MSFeeb BA/SEDemais federações cutistasAfubesp Fonte: contraf-CUT

Bancários querem que bancos aumentem segurança sanitária

O Comando Nacional dos Bancários cobrou que os bancos mantenham os protocolos de segurança sanitária para garantir a saúde e a vida da categoria, assim como reduzir a propagação e o contágio da população pelo vírus da Covid-19 e suas variantes. A representação dos trabalhadores também solicitou a suspensão de visitas a clientes neste momento de alta de casos de infecção; a retomada do teletrabalho em home office; melhorias do atendimento em telemedicina; o compromisso com a não-demissão; e a volta do controle de acesso às agências bancárias, entre outras reivindicações. “Já havíamos falado com os bancos anteriormente sobre a necessidade da manutenção da segurança quando fosse retomada as atividades. Mas, neste momento em que a Covid-19 está se espalhando, tanto nas capitais quanto no interior dos estados, de uma forma muito rápida (e, juntamente com ela, a gripe –H3N2), os bancos retomaram as atividades e flexibilizaram os protocolos sem considerar este cenário, o que prejudica a segurança da categoria, dos clientes e de toda a população”, observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Os bancários com sintomas de gripe, ou de Covid-19 precisam ser afastados e a agência tem que ser sanitizada, essa é a regra! Além disso, tem que fazer testes em quem está com sintoma e nos seus colegas de trabalho”, completou. “Manter os protocolos é importante não apenas para garantir a saúde dos bancários, mas também para evitar o contágio da população e o surgimento de novas variantes”, acrescentou o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles. EPIs e protocolos A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que também é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, lembrou que estamos vivendo, novamente, uma situação emergencial. “E, neste momento, precisamos ter a agilidade, a preocupação e atenção que tivemos no início da pandemia. Nós e os bancos precisamos nos manter firmes para que a categoria não seja contaminada e nem para que as agências sejam focos de propagação da doença. Alertamos para que os protocolos sejam mantidos e os bancos garantam a distribuição de EPIs e demais materiais de segurança e sanitização”, disse. Protocolos Sanitização das agências e unidades administrativas com casos confirmados; Afastamentos de bancários com casos confirmados e suspeitos até a saída do resultado do teste; Testagem dos bancários; Exigência do passaporte da vacina dos clientes; Distribuição de máscaras adequadas (PFF2/N95) para os funcionários; Protocolo unificado; Retomada do teletrabalho em home office; Controle de acesso de clientes; Redução do horário de atendimento para diminuir tempo de exposição; Garantia de álcool-gel nas agências e departamentos; Manutenção de marcação do distanciamento; Suspensão de visitas a clientes, pelo menos neste momento de alta de casos de infecção; Melhorar o atendimento da telemedicina; Compromisso com a não-demissão; Antecipação da vacinação contra a gripe. Próximas reuniões A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) vai reunir os bancos para analisar as demandas apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários e dará a resposta para representação dos trabalhadores. Uma nova reunião para tratar do assunto está prevista para ocorrer na semana que vem. Além disso, da parte dos trabalhadores, cada comissão específica de trabalhadores deve se reunir e buscar negociação com os respectivos bancos. Fonte: contraf-CUT