Cassi terceiriza atendimento e deixa associados na mão

Há tempos sindicatos e entidades vêm denunciando que a atual direção da Cassi está abandonando a implantação do modelo de atenção integral à saúde Nas últimas semanas tem chovido reclamações de associados da Cassi que entram em filas de espera intermináveis para serem atendidos via telemedicina. As filas chegam a mais de 800 pessoas e têm associados aguardando até 14 horas, que entram em contato com a Cassi no final do dia para serem atendidos somente no final da madrugada. A providência máxima adotada pela Cassi, até o momento, é pedir paciência e compreensão aos associados. Haja compreensão e paciência!Este é o resultado da terceirização da telemedicina. Focada principalmente em conseguir resultados financeiros em vez de priorizar a atenção à saúde dos associados, a atual diretoria da Cassi está desmontando os serviços e unidades próprias, sucateando as CliniCassi para entregar o atendimento ao associado para uma empresa recém-instalada no Brasil.A empresa contratada pela Cassi é a Iron Telemedicina, empresa norteamericana instalada no Brasil em 2020. Seu primeiro contrato relevante foi com a Cassi. Ancorou seu crescimento na Caixa de Assistência, que hoje corresponde a quase metade dos atendimentos (43%) ofertados pela multinacional, de acordo com o site Medicina S.A, nome que parece remeter ao objetivo daquela empresa: fazer da medicina um negócio lucrativo. É estranho que uma empresa novata no mercado brasileiro é contratada, logo de cara, pelo maior plano de saúde de autogestão do país.A direção da Cassi vai substituindo este modelo pelo adotado nos Estados Unidos, conforme demonstra a contratação da Iron Medicina. O modelo americano, um dos piores do mundo, é aquele que submete a medicina ao lucro privado, mais caro, menos abrangente e que deixa sem assistência aqueles que não podem pagar. Esta lógica levou à criação do Cassi Essencial, pior que o Plano Associados, que o BB e a Cassi anunciaram que pretendem oferecer aos novos funcionários, destruindo a solidariedade entre os associados e decretando o começo do fim do Plano Associados.Chama a atenção que todas estas transformações são implantadas sem qualquer resistência dos representantes eleitos pelos associados, ligados ao Grupo Mais. Na direção atual da Cassi, predominam os interesses do banco, de sucatear a Cassi e gastar cada vez menos com a saúde dos associados. E, para isso, contam com o silêncio e anuência daqueles que deveriam representar os interesses dos associados. Fonte: contraf-CUT

Cassi: diretoria tenta afastar responsabilidade por má gestão culpando associados

“A Telemedicina Cassi está neste momento com uma grande sobrecarga de atendimentos, muito provavelmente por ‘algum relaxamento’ coletivo nas festas de final de ano”. A afirmação, culpabilizando os associados pela pane no teleatendimento da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), é do diretor de Risco Populacional, Saúde e Rede de Atendimento, Luiz Satoru, em comunicado publicado no dia 3 de janeiro.Desde meados de dezembro, vem ocorrendo um aumento exponencial na procura dos associados pelos serviços de teleatendimento médico na Cassi. “Essa procura cada vez maior se deve a irresponsabilidade do BB ao convocar funcionários para o retorno ao trabalho presencial em meio a quarta onda da Covid-19 e da nova variante da Influenza (H3N2)”, pontua o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.Associados relatam esperas que chegam a 9 e até mais de 12 horas pelo atendimento no sistema de telemedicina. “Essa espera exagerada nas filas compromete a qualidade e também do resultado financeiro da Cassi, uma vez que na área de Saúde a demora no atendimento provoca aumento dos custos”, analisa Claudio Said, ex-gerente executivo da Cassi. “A solução para este problema não é difícil. O teleatendimento é facilmente modulável e ajustável à demanda. Comparado com o atendimento presencial ele é bem mais barato e mais fácil de customizar”, completa.Os representantes das trabalhadoras e dos trabalhadores do BB observam que a declaração de Satoru, de que o aumento da procura pelo teleatendimento seria fruto apenas do impacto das festas de fim de ano, revela o posicionamento negacionista da atual diretoria da Cassi, semelhante ao do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que tratou a pandemia com desdém desde seu início, demorando para articular a liberação de recursos à Saúde, o que levou às tristes cenas de falta de cilindros de oxigênio em várias partes do país, na demora para a compra de vacinas e, mais recentemente, na tentativa de impedir a vacinação de crianças e pré-adolescentes.“O que estamos assistindo, agora, associados durante horas na fila de espera, é consequência de uma visão negacionista da direção da Cassi em relação ao verdadeiro cenário da pandemia, que se reflete na gestão da Caixa de Assistência com a contratação de uma única empresa para terceirizar o atendimento médico remoto, com o desmonte da Estratégia Saúde da Família e concentração das decisões apenas à gerência de Brasília, dificultando a tomada rápida de ações locais”, pondera Fukunaga.O papel da telemedicinaClaudio Said explica que a telemedicina é uma ferramenta implementada em todo o mundo e tem contribuído positivamente para o atendimento aos associados da Cassi, especialmente diante da pandemia que afastou os pacientes dos consultórios médicos.“É preciso, entretanto, esclarecer que o teleatendimento é um complemento ao atendimento presencial, não um substituto. Isto é, ele não pode substituir a rede credenciada, mas sim complementá-la. Seu papel essencial é o de orientar e direcionar o atendimento, tratando os casos de baixa complexidade e encaminhando para a rede credenciada os casos de média/alta complexidade”. Em outras palavras, o papel da telemedicina é facilitar o acesso aos serviços médicos da Cassi. “Sem cumprir essa função, a telemedicina perde totalmente a sua eficácia”, completa Said.Procure o SindicatoO movimento sindical reitera que continuará participando ativamente dos debates e das instâncias de decisão na Cassi, por meio da atuação de seus representantes no Conselho de Usuários e pede para que os associados que se sentirem prejudicados contatem as suas respectivas bases sindicais. fonte: contraf-CUT

Como podemos ajudar?