Trabalhadores querem mais segurança nos bancos
Transformação de agências em unidades de negócios, sem portas de segurança, nem vigilantes, será o principal ponto na pauta da reunião de negociações que será realizada na segunda-feira (20) O Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se reúne com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na próxima segunda-feira (20) para negociar a segurança nas chamadas “unidades de negócios”, que são agências bancárias sem atendimento de caixa. “Precisamos debater com os bancos sobre a transformação de agências bancárias em ‘unidades de negócio’, sem portas para detecção de metais e nem vigilantes, em contrariedade ao que determina os normativos de segurança bancária”, explicou o coordenador do coletivo, Elias Jordão. Segundo Elias, os bancos alegam não haver riscos para seus funcionários e clientes por não haver circulação de numerários nas “unidades de negócios”. “Sabemos que isso não é verdade. Muitas unidades de negócios possuem caixas eletrônicos e, consequentemente, há circulação de dinheiro. E, apesar de os bancos negarem, existem denúncias de que os valores são manipulados pelos bancários e levantamos dados que apontam, inclusive, o aumento de mortes nos ataques a bancos”, ressaltou. Elias disse ainda haver relatos de agressões contra funcionários cometidas por clientes que não entendem se tratar de um novo modelo unidade bancária e queriam ser atendidos como se ali fosse uma agência normal. “Casos como o deste relato também colocam em risco funcionários e clientes”, observou. Prévia da negociação Antes da negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o Coletivo Nacional de Segurança Bancária se reúne para que sejam compartilhadas as informações e o tema seja debatido previamente antes da negociação. Fonte: Contraf-CUT
Contraf-CUT notifica Caixa e MPT sobre assédio no banco
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) encaminhou nesta quinta-feira (16) um ofício à Caixa Econômica Federal notificando-a do descumprimento da cláusula que impede o ranking de empregados e do assédio moral praticado contra os presentes, que foram obrigados a fazerem flexões de braço durante um evento nacional do banco, realizado de 14 a 15 de dezembro, em Atibaia, São Paulo. “Vimos, através deste, apresentar nossos protestos e denunciar a prática de assédio moral coletivo no evento ‘Nação Caixa 2021’, em Atibaia – SP, em que reuniu empregados, empresários lotéricos e correspondentes Caixa”. O ofício observa que a seleção dos empregados participantes levou em conta critérios proibidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária. “De acordo com a própria Caixa, a escolha dos(as) empregados(as) para participação no evento considerou ‘critério meritocráticos’, supostamente reconhecendo trabalhadores que se destacaram em 2021. Tal prática é uma forma de ranking, que é proibida na Convenção Coletiva do Trabalho”, diz o ofício. “Durante o ‘Nação Caixa’ foram realizadas práticas que expuseram os empregados a situações constrangedoras, que se transformaram em vexame nacional e até internacional quando vídeos que comprovam a prática ‘viralizaram’ pelas redes sociais e foram noticiados por diversos veículos de imprensa escrita e televisiva”, observou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. “E pior é que parte deste constrangimento se deve à prática do presidente do banco (Pedro Guimarães), configurando também o assédio moral”, explicou Fabiana, que também é secretária de Cultura da Contraf-CUT. Além da CCT No ofício, a Contraf-CUT informa ainda que a seleção para participação e as práticas efetuadas no “Nação Caixa” descumprem não apenas o que está acordado na CCT da categoria, mas também a Convenção nº 190 da OIT e princípios da Constituição Federal do Brasil. Além do ofício enviado ao banco, a Contraf-CUT e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) também notificaram o Ministério Público do Trabalho (MPT), que já notificou o banco e recomendou que tal prática não seja mais realizada. “O pedido para que a prática não seja mais realizada é o começo, mas essas irregularidades devem ser punidas, para que os erros não fiquem impunes”, observou a coordenadora da CEE. “Essa gestão do Pedro Guimarães é vergonhosa e mancha a história da Caixa”, completou, ao observar que o pedido para que a prática não seja mais cometida já é um indício de que existem irregularidades. Viralizou Além de ter ganhado vulto ao se espalhar pelas redes sociais, o constrangimento, pelo qual passaram empregados e empresários, foi amplamente divulgado pelos veículos de comunicação da imprensa escrita e de TV.
BB oferece desconto de até 95% na dívida dos ruralistas
O Banco do Brasil está oferecendo desconto de 95% na dívida de ruralistas que liquidarem à vista seus débitos vencidos. Além disso, disponibiliza desconto nas taxas de juros e prazo de até 100 meses para renegociação a prazo das dívidas vencidas. “Nos perguntamos até que ponto esse enorme desconto na dívida dos ruralistas não coloca em risco a gestão e o equilíbrio financeiro do próprio BB”, ponderou a coordenadora do Grupo de Trabalho de Defesa dos Bancos Públicos e secretária de Juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes. “O agronegócio é um setor consolidado no Brasil que, em meio à pandemia, continuou crescendo. Então, não entendemos por que promover uma negociação que, na prática, anistia 95% da dívida dos ruralistas”, arrematou. Recente artigo publicado no portal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com base em cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, apontou que o PIB do agronegócio alcançou recorde no ano de 2020 e teve alta de 5,35% no primeiro trimestre de 2021. Enquanto isso, o ‘Mapa da inadimplência e renegociação de dívidas do Brasil’, publicado agora em dezembro pelo Serasa, aponta que 75% das famílias têm dívidas, sendo que três em cada dez inadimplentes estão desempregados. A maior parte do crédito agrícola do BB é direcionada aos grandes produtores. Para a safra 2021/2022, o banco anunciou R$ 135 bilhões em créditos. Desse montante, R$ 87 bilhões para o agronegócio, também chamado de “Agricultura Empresarial”. O restante, R$ 34 bilhões, para a Agricultura Familiar e o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Essa divisão desigual, em favor dos grandes proprietários do agronegócio, repete anos anteriores. Na safra 2020/2021, por exemplo, o BB havia disponibilizado R$ 10,3 bilhões para o crédito agroindustrial e R$ 92,7 bilhões para o crédito rural. Desse total, R$ 64,6 bilhões financiaram a Agricultura Empresarial, R$ 14,4 bilhões os médios produtores e R$ 13,7 bilhões a Agricultura Familiar. Lobby junto ao governo O ‘mutirão de negociação de dívidas’ para os ruralistas no BB começou no dia 6 de dezembro e tinha a previsão de terminar nesta sexta-feira, dia 17 de dezembro. Entretanto, o banco anunciou prorrogação até o dia 30 de dezembro. Historicamente, a inadimplência entre os pequenos agricultores é menor. Isso porque há uma necessidade inerente desse grupo de pagar em dia suas dívidas para garantir e manter o crédito junto ao banco e cumprir com o ciclo de compra de sementes e ferramentas para cada nova safra. Além disso, a carteira dos pequenos agricultores apresenta risco bem menor para o banco, por ser pulverizada em milhares de contratos. Logo, o mutirão de renegociação de dívidas do BB dá muito mais vantagens aos grandes que ficam inadimplentes devido ao poderoso lobby junto ao governo. “Não estamos desconsiderando a importância da produção agrícola para o país. Cerca de 80% dos alimentos que chegam às nossas mesas são produzidos pelos pequenos agricultores. O que estamos questionando é o financiamento do modelo predador do agronegócio, que causa desmatamento, alto consumo de água potável e conflitos no campo, por conta da grilagem e concentração de terras nas mãos de poucos produtores”, destacou Fernanda Lopes. Um dos principais apoios de Bolsonaro no Planalto é o setor ruralista. Inclusive a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) ou “bancada ruralista”, no Congresso, articula em parceira com lideranças do governo a aprovação de propostas que incluem os Projetos de Lei (PL) 2633/2020 e 2159/2021, apelidados pelos movimentos sociais respectivamente como “PL da Grilagem” e “PL da Boiada”. O PL 2633/2020 estimula a grilagem e o desmatamento ao ampliar a possibilidade de regularização fundiária das terras da União por autodeclaração. Já o PL 2159/2021 flexibiliza as regras de licenciamento ambiental, colocando em risco o meio ambiente e as populações tradicionais indígenas e ribeirinhas. Fonte: Contraf-CUT