Direção da Caixa promove gestão do caos

O acordo coletivo da categoria bancária é claro: as medidas que afetem a vida dos empregados devem ser levadas à mesa de negociação, mas a atual direção da Caixa, mais uma vez, desrespeita essa premissa. Desde quinta-feira (25) circulam informações de alterações de normativos internos que extinguiram funções gerenciais da rede de atendimento e levaram à migração de algumas áreas da Vice-Presidência de Rede de Varejo (Vired) para a Vice-Presidência de Negócios de Atacado (Vinat), e a destituição de função de diversos empregados ligados à vice-Presidência de Logística e Operações (Vilop). “É inacreditável o que está acontecendo. É uma política de terrorismo que está sendo feita com os empregados porque nada é claro e cada vez mais os colegas se sentem ameaçados e inseguros. Pode ter um fundo de boato em várias denúncias que recebemos? Pode ser, mas no geral os boatos não acontecem por acaso,” afirmou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Ela informou que a Contraf-CUT encaminhou dois ofícios (confira abaixo a íntegra dos dois documentos) à Caixa solicitando informações e a suspensão de todo e qualquer processo de reestruturação feito sem o necessário diálogo em mesa de negociação, conforme determina o acordo coletivo dos bancários. O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, criticou a falta de transparência que marca a atual direção, o que aumenta a preocupação dos empregados, que já enfrentam agências superlotadas e falta de pessoal para atender à demanda de trabalho. A preocupação aumentou com a notícia de que os superintendentes de rede foram convocados para uma reunião presencial em Brasília na próxima segunda-feira (29), às vésperas de um feriado local do Distrito Federal. “Em nome da moralidade, do respeito aos empregados, exigimos que a direção da Caixa se manifeste sobre essas mudanças, não podemos aceitar tanta insegurança e desrespeito aos empregados”, afirmou. Leia a íntegra dos ofícios: OF 26521 – Solicitacao de Informacoes sobre Eventuais Reorganizacao de Areas.pdfOF 26721 – Solicitacao de Esclarecimentos sobre Reestruturacao na VILOP _1_.pdf Fonte: Fenae

Permanece impasse sobre promoção por mérito na Caixa

O Grupo de Trabalho de Promoção por Mérito da Caixa Econômica Federal voltou a se reuniu nesta sexta-feira (26) para continuar as negociações sobre os critérios a serem adotados para o pagamento dos valores referentes ao Plano de Cargos e Salários (PCS), “deltas” referentes a 2021. O impasse permanece, uma vez que a Caixa insiste em considerar apenas o programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) como parâmetro a ser utilizado para o cálculo. “Queremos que o banco considere questões objetivas, como a frequência, cursos na Universidade Caixa, PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), ações de autodesenvolvimento e, da GDP também sejam usados apenas os critérios objetivos”, disse o coordenador da representação dos empregados no GT, João Paulo Pierozan. “Usar apenas a GDP, ainda mais com a nova ‘curva forçada’, é inaceitável, uma vez que é um sistema que foi implementado sem qualquer negociação com os trabalhadores, nem com suas representações e, de cara, taxa 5% dos funcionários como ‘não atende’, mesmo que eles tenham cumprido todos os requisitos exigidos para terem um desempenho satisfatório”, completou. Pela proposta apresentada pelo banco, apenas empregados com ‘desempenho superior’ e ‘desempenho excelente’ receberiam delta, que somam 62% dos empregados (57% receberia um delta e 5% dois deltas). Neste momento (base outubro/2021), estes 5% estão enquadrados como desempenho excelente na GDP, mas isso pode mudar até o final do ano. Durante a reunião, a representação dos trabalhadores reafirmou a reivindicação para que fosse distribuído um delta para todos os empregados de forma linear, mas se manteve aberta à negociação desde que os representantes da Caixa apresentassem outras propostas que ampliassem o número de empregados contemplados e considerassem critérios objetivos além da GDP para o cálculo. Continuidade das negociações Ambas as partes farão conversas internas para se chagar a uma proposta de consenso e voltam a negociar na próxima quarta-feira (1º/12), às 15h. Fonte: Contraf-CUT

‘Sextou’ dos bancários está em risco

A apresentação do relatório do deputado Fabio Ramalho (MDB/MG) na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, indicando a aprovação do Projeto de Lei 1043/2019, que autoriza a abertura de agências e o trabalho bancário aos sábados e domingos, está agendada para a próxima quinta-feira (2/12). O autor do projeto é o deputado David Soares (DEM/SP), filho do pastor R.R. Soares. “Precisamos mostrar nossa indignação contra mais esse ataque aos trabalhadores da categoria e, nas bases destes deputados, fazermos um trabalho intenso junto aos bancários e bancárias para mostrarmos quem é que apresenta propostas que os prejudicam”, disse o secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão, ressaltando que a Contraf-CUT e os sindicatos e federações que fazem parte do Comando Nacional dos Bancários já vem fazendo um trabalho de mobilização e desconstrução de mais esse ataque à jornada de trabalho da categoria. Para Jefão, o projeto vai sobrecarregar ainda mais bancários e bancárias que já estão adoecendo devido à pressão e o assédio moral da cobrança de metas. “Se um projeto como este for aprovado, a pressão pelo cumprimento de metas aumentará ainda mais e trará um grande prejuízo à categoria”, ressaltou, acrescentando estes parlamentares desconhecem totalmente o trabalho da categoria bancária, que nunca parou de trabalhar durante a pandemia se expondo às mais diversas situações de risco. “O que deveriam fazer era uma moção de agradecimento aos bancários e bancárias”, disse. Mostre sua indignação O dirigente da Contraf-CUT conclama toda a categoria acessar o site da Câmara dos Deputados e mostrar sua discordância com o projeto. “Basta acessar o link, se cadastrar e clicar em ‘discordo totalmente’. Mas, também é possível mandar e-mails e ligarem para o relator do projeto mostrando a sua insatisfação”, disse. Ataque contínuo A possibilidade de abertura das agências bancárias aos sábados e domingos já foi aventada diversas vezes no Congresso, tanto por meio de projetos de lei, como o PLS 203/2017, quanto por medidas provisórias (MP 881/2019 e MP 905/2019) encaminhadas pelo governo Bolsonaro e foi derrubada graças à pressão dos trabalhadores e seus representantes sindicais. Para a presidenta Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que também é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, a proposta visa atender interesses do mercado financeiro. “É coisa deste governo, que governa só para os ricos. Hoje, os bancos já obtêm lucros astronômicos com cobrança de metas absurdas dos bancários. Eles querem realizar essa mesma prática aos sábados e domingos para aumentar ainda mais seus lucros, sem pensar na saúde e nas condições de trabalho da categoria”, disse. Acordos O principal argumento de quem defende a abertura dos bancos aos finais de semana é a necessidade de eventos que necessitem de serviços bancários nestes dias. Mas, a presidenta da Contraf-CUT lembrou, que para casos específicos, como a abertura durante eventos aos finais de semana e para o funcionamento de centrais de teleatendimento, já existem acordos específicos negociados com as entidades de representação dos trabalhadores e que, por isso, não há necessidade de alteração na lei. Histórico O PL 1043 tramita desde 2019, mas foi engavetado até este ano após intervenção da Contraf-CUT junto ao antigo relator, o deputado João Carlos Bacelar (PL/BA). Como ele não pertence mais à CDC, o deputado Fábio Ramalho foi designado como novo relator. “Fábio Ramalho já havia apresentado um relatório contrário, que foi devolvido para adequações, mas, de forma surpreendente, mudou de posição e fez um relatório pela aprovação, que também foi devolvido, e agora, em forma de substitutivo, deu parecer favorável novamente para que as agências sejam abertas aos sábados e domingos colocando em xeque o descanso semanal dos bancários e bancárias”, explicou Jefão. Fonte: Contraf-CUT

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