Santander continua lucrando no segundo trimestre

Lucro obtido nos primeiros seis meses pela unidade brasileira do banco representou 22,5% do lucro global do conglomerado Com o país mergulhado em crise, o Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 4,171 bilhões no segundo trimestre de 2021. É o maior lucro trimestral do banco desde o segundo trimestre de 2010. O resultado representa uma alta de 98,4% em relação ao mesmo período de 2020 e de 5,4% no trimestre. O lucro obtido nos primeiros seis meses pela unidade brasileira do banco representou 22,5% do lucro global do conglomerado, que foi de € 4,205 bilhões. Pagar despesas de pessoal ou PLR não foram problemas para o banco, pois esses custos caíram 3,5% no ano, somando R$ 4,4 bilhões. Ainda mais porque a receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 11,3% em 12 meses, totalizando R$ 9,6 bilhões.  Com o que arrecada de tarifa dos clientes, o banco cobre mais de duas vezes a folha de pagamento do banco, com a PLR incluída. Essa folga para cobrir despesas com a folha já vinha acontecendo no primeiro trimestre do ano. Carteira A Carteira de Crédito Ampliada do banco, no país, teve alta de 14,4% em doze meses e queda de 2,6% no trimestre, atingindo R$ 510,3 bilhões (ou alta de 15,1%, desconsiderando-se o efeito da variação cambial). As operações com pessoas físicas cresceram 20,9% em doze meses, chegando a R$ 189,8 bilhões, com crescimento em todas as linhas e impulsionadas, principalmente, pelo crédito imobiliário (+28,2%) e crédito rural (+27,4%). A Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 62,2 bilhões, com alta de 9,6%, em relação a junho de 2020. Do total desta carteira, R$ 52,3 bilhões (ou 84,1% da carteira) referem-se aos financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 7,4% em doze meses. O crédito para pessoa jurídica cresceu 11% em doze meses, alcançando R$ 187,8 bilhões. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 29,8% no período, e o de grandes empresas cresceu 4,2% (ou 6,3%, desconsiderando-se o efeito da variação cambial). O Índice de Inadimplência Total superior a 90 dias, incluindo Pessoa Física e Pessoa Jurídica, ficou em 2,2%, com queda de 0,2 p.p. em comparação ao primeiro semestre de 2020. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) foram reduzidas em 31,8%, totalizando R$ 7,0 bilhões. A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 11,3% em doze meses, totalizando R$ 9,6 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR caíram 3,5% no ano, somando R$ 4,4 bilhões. Assim, em junho de 2021, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 215,8%. Fonte: Contraf-CUT

Sindicato oferece curso gratuito e online para candidatos ao concurso do BB

Aulas serão online, com início dia 2 de agosto; participantes contarão com material de apoio personalizado   Cumprindo a sua função social, o Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense em parceria com a Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal) e a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), está com inscrições abertas para o “Curso BB Público”, preparatório para o concurso público do Banco do Brasil. Aberto à comunidade, o curso é totalmente gratuito. O curso preparatório será baseado no edital e as aulas serão online, com início no dia 2 de agosto. A carga horária prevista é 320 a 350 horas/aula. Os participantes contarão com material de apoio personalizado. Previsto no edital 01-2021/001 BB, de 23 de junho, o concurso do Banco do Brasil oferece cargos para a carreira administrativa (cargo escriturário). A prova está prevista para ocorrer no dia 26 de setembro, pela Fundação Cesgranrio. Para se inscrever, clique aqui..   Fonte: Sind. Bancários Sul Fluminense, com informações da Contraf-CUT  

MPF cobra da Caixa melhorias no atendimento à população e entidades reforçam a necessidade de mais contratações

Os empregados do banco estão trabalhando sobrecarregados e com a pressão para atingir metas desumanas Não é de hoje que as entidades representativas dos empregados da Caixa Econômica Federal denunciam a precariedade das condições de trabalho e a falta de pessoal no banco público, que causam sobrecarga dos trabalhadores e comprometem o atendimento à população. O problema chamou atenção do Ministério Público Federal (MPF) que no dia 5 de julho ajuizou a Ação Civil Pública (ACP) com objetivo de obter decisão judicial que obrigue a Caixa a realizar melhorias no seu Sistema de Atendimento ao Consumidor (SAC) em todo o país. “Temos na Caixa um déficit de quase 20 mil postos de trabalho. Isso somado às condições precárias de trabalho e às metas desumanas, faz com que os empregados estejam em sua maioria esgotados e adoecidos. A contratação de mais empregados para o banco é uma pauta que as entidades sindicais e associativas têm reiterado nas negociações com a empresa e por meio de mobilizações em todo o país”, relata Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae). Para a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt, a ação do MPF é extremamente importante, porque se junta aos esforços das representações dos trabalhadores para melhorar as condições de trabalho no banco e, consequentemente, o atendimento à população. “Os empregados não medem esforços para o fazer o melhor, mas devido às péssimas condições de trabalho e sobrecarga de atividades eles não conseguem atender da melhor forma a população e os clientes do banco. Cada vez mais a direção da Caixa deixa de priorizar o bom atendimento para focar na questão da cobrança de metas que não são atingíveis e acabam gerando o afastamento dos colegas por adoecimento e agravando a carência de pessoal”, destaca a coordenadora da CEE. Menos empregados e sobrecarga de trabalho A Caixa encerrou o 1º trimestre de 2021 com 81.876 empregados, com fechamento de 2.943 postos de trabalho em doze meses, influenciado pelo Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Por outro lado, o banco registrou incremento de aproximadamente 42,4 milhões de novos clientes. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o número de clientes por empregado, em 2007, tinha a média de 575,7 correntistas por empregado. Já no primeiro trimestre deste ano, a média subiu assustadoramente para 1.780 clientes por empregado, um aumento de mais de 209%. Caixa lidera reclamações Segundo o MPF, a Ação Civil Pública tem por base informações da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que apontam a Caixa como a instituição financeira que mais recebeu reclamações relacionadas ao SAC na plataforma “consumidor.gov.br” de 2016 a 2018. Ainda, segundo o Ministério Público Federal, foram registradas 13.413 reclamações contra o seu SAC no Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) em 2019 e 2020. O MPF concluiu que o serviço, que já era prestado com deficiência, piorou em 2019 e 2020.  A conclusão do órgão é de que a Caixa vem prestando um péssimo serviço de atendimento ao consumidor desde 2016. Na ação, o MPF pede a condenação do banco para cumprir os termos do Código de Defesa do Consumidor e do Decreto nº 6.523/2008, sob pena de pagamento de multa no valor mínimo de R$ 1 milhão por ano de descumprimento. Do total das 21.694 reclamações de consumidores nos sistemas da Senacon e do Sindec nos anos de 2019 e 2020, os problemas mais recorrentes foram a ausência de resolução de demandas, com 11.796 reclamações, o que representa 54,37% do total; a dificuldade de acesso ao serviço, que possui 5.639 queixas, o que representa 25,99% do total; e a dificuldade para cancelar serviços, que soma 2.290 reclamações, o que corresponde a 10,55% do total.   Fonte: Fenae

Canal de denúncias anunciado pela Caixa é perseguição aos empregados

Integrantes da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa) consideram que o novo canal deixa os empregados ainda mais pressionados, principalmente quando somado a outro normativo que pode punir os trabalhadores A Caixa Econômica Federal passou a divulgar em suas redes de comunicação um canal para “denunciar quaisquer práticas irregulares ou atos ilícitos que possuam o envolvimento de empregados”. De acordo com a divulgação do banco desta terça-feira (27), podem registrar a denúncia os próprios trabalhadores, colaboradores, clientes, usuários, parceiros ou fornecedores. Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, o canal fragiliza o empregado e o coloca sob suspeita de qualquer ordem. Dentre as opções que constam do formulário de denúncia, na pergunta “Como tomou conhecimento deste fato/transgressão?”, as respostas podem ser “ouvi falar”, “ouvi por acaso”, “um colega de trabalho me contou”. Takemoto critica: “Não há critério. O empregado fica sujeito a qualquer tipo de acusação. O canal é uma forma de perseguição política e ideológica aos empregados”, considerou o presidente da Fenae. “É um instrumento claro de perseguição e exposição desnecessária do empregado. A Caixa tem outros instrumentos de apurar irregularidades e a forma como esse canal de denúncias está sendo fragiliza ainda mais empregado, que sofre com a pressão constante da direção do banco”, avalia a coordenadora da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt. Em vez desta “intimidação”, a coordenadora argumenta que a Caixa deveria investir em instrumentos que ofereçam melhores condições de trabalho. “Se o atendimento não é melhor, é porque não tem trabalhadores o suficiente para atender com mais qualidade, além de existir a cobrança da Caixa por metas desumanas”, analisou. Leonardo Quadros, presidente da Apcef/SP e integrante da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa), também considera que este novo canal aumenta a pressão sobre os trabalhadores, principalmente quando somado ao normativo CR 444, o Programa de Incentivo às Práticas de Vendas Qualificadas (PQV). Com este normativo, os trabalhadores podem ser punidos por aspectos comportamentais que podem ocasionar em descomissionamento. “Nesse instrumento, o relato dos clientes é considerado sem dar qualquer oportunidade de defesa para os empregados, o que acaba fragilizando ainda mais os trabalhadores”, considerou o dirigente. Como exemplo, ele cita a pressão da Caixa pela contratação do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). De acordo com o artigo 6o. da lei 14.161, que tornou o Pronampe permanente, o banco não pode obrigar o cliente a contratar qualquer outro produto ou serviços financeiros para ter acesso à linha de crédito. No entanto, o Customer Relationship Management (CRM) Caixa determina uma meta de ao menos 70% dos clientes com contratação do Pronampe tenham outros produtos do banco. Assim, mesmo que o cliente concorde em contratar o programa e outro produto, se ele apresentar posteriormente uma reclamação, o empregado poderá ser responsabilizado e, em regra, sem ter chances de se defender. “Nesse caso, os empregados seriam integralmente responsabilizados por algo que é política da própria empresa. De fato, é um instrumento que deixa o empregado em uma posição muito frágil, e a divulgação deste canal de denúncias expõe ainda mais os empregados” afirmou Quadros. Fonte: Fenae

32º Congresso Nacional dos funcionários do BB acontece dias 6 e 8 de agosto

Evento será no formato eletrônico, via videoconferência Zoom e retransmitido pelos canais da Contraf-CUT no Youtube e Facebook Sob o tema “Construindo Juntos o Futuro do Banco do Brasil”, acontecerá, nos dias 6 e 8 de agosto, o 32º Congresso Nacional dos funcionários do Banco do Brasil. O evento abrigará três mesas de debate para avaliar o “Retrato do Banco do Brasil nos últimos anos”; “O BB que queremos para o futuro do Brasil” e a “Diversidade para construir um banco realmente do Brasil”. Nesta última mesa, discussão abordará a diversidade como forma de resistência e democracia, mais inclusão para um banco com a cara do Brasil. Entre os participantes convidados para compor as mesas estão o fundador e reitor da Universidade Zumbi dos Palmares professor dr. José Vicente, a economista e técnica do Dieese Nadia Vieira de Souza e o professor universitário e político Jean Wyllys. Representando os funcionários do BB, também palestrarão Jean Moreira Rodrigues, ex-funcionário do BB; Débora Fonseca, Conselheira de Administração do BB eleita pelos funcionários; Isabela Lemos, funcionária aposentada do BB e Carlos Augusto Vidotto, ex-funcionário do BB e ex-dirigente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região. Veja a programação completa no final deste texto. Graças a atuação dos bancos públicos, as crises econômicas não foram ainda piores no Brasil. Em 2008, por exemplo, enquanto os bancos privados reduziram a oferta de crédito no país, contribuindo para afundar a economia, os bancos públicos, como o BB, por orientação do então governo federal, atuaram aumentando a concentração de crédito. Mais recentemente, por conta da crise provocada pela pandemia da Covid, os bancos privados receberam R$ 1,3 trilhão do governo Bolsonaro, sob o argumento de serem protegidos e, assim, não haver a redução de crédito às empresas. Mas não foi o que aconteceu. Apenas os bancos públicos continuaram ofertando crédito. “Enquanto os bancos privados se concentram nas cidades e regiões mais ricas, os bancos públicos estão presentes em todo o país. Isso contribui para o acesso ao crédito imobiliário e para as pequenas e microempresas”, explica o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Apesar desses fatos, que comprovam a importância e o papel gerador e distribuidor de riquezas no país, o Banco do Brasil está sob ameaça do atual governo. A proposta do 32º Congresso, portanto, é reforçar a importância do BB e demais bancos públicos”, completa. Evento será no formato eletrônico, via videoconferência Zoom. Cada federação receberá um link, com login e senha próprios, para a inscrição de sua respectiva delegação ao 32º CNFBB. Este link será enviado por e-mail. Já o público em geral, poderá acompanhar o Congresso nos canais da Contraf-CUT no Facebook e YouTube. 32º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil Data: 06 e 08 de agosto de 2021 PROGRAMAÇÃO 06 de Agosto | Sexta-feira Abertura solene conjunta dos: 37º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa; 32º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil; 27º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste; 13º Congresso dos Funcionários do Banco da Amazônia e 1º Congresso Nacional dos Funcionários do BNDES Dia 08 de agosto | Domingo 09h às 10h – Aprovação do Regimento Interno do 32º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil e falas dos representantes das centrais/correntes 10h05 – Homenagem ao ex-presidente da FEEB SP/MS, Jeferson Rubens Boava, e a todos (as) os (as) trabalhadores (as) do Banco do Brasil vitimados pela Covid-19 10h15 às 11h45 – Eixo 1 – Diversidade para construir um banco realmente do Brasil Palestrantes: Jean Wyllys – Jornalista, professor universitário e político Isabela Lemos – Funcionária aposentada do BB Professor Dr. José Vicente – Fundador/reitor da Universidade Zumbi dos Palmares 12h às 13h – Intervalo para almoço 13h às 14h15 – Eixo 2 – Retrato do Banco do Brasil nos últimos anos Palestrantes: Jean Moreira Rodrigues – Ex-funcionário do BB Nadia Vieira de Souza – Economista e técnica do Dieese – Departamento Intersindical e Estatística e Estudos Socioeconômicos – BSB 14h30 às 15h45 – Eixo 3 – O BB que queremos para o futuro do Brasil Palestrantes: Carlos Augusto Vidotto – Ex-funcionário do BB e ex-dirigente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região Debora Fonseca – Conselheira de Administração do Banco do Brasil eleita pelos funcionários 16h às 18h – Plenário Final Fonte: Contraf-CUT

Santander é condenado em R$ 50 milhões por demissões na pandemia e por condutas antissindicais

A decisão é considerada inédita na história da Justiça do Trabalho de São Paulo Em ação movida pela Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, o Santander foi condenado em R$ 50 milhões por demissões durante a pandemia; por ataques aos participantes dos planos Cabesp e Banesprev; e perseguição aos dirigentes sindicais. A decisão é considerada inédita na história da Justiça do Trabalho de São Paulo. Mesmo tendo obtido lucro de R$ 13,8 bilhões em 2020, o banco espanhol eliminou, no Brasil, 3.220 postos de trabalho no ano, mesmo tendo assumido compromisso com o movimento sindical de não demitir durante a pandemia. Diante das demissões e da recusa do Santander em abrir processo negocial coletivo visando evitar essas dispensas, e pela prática reiterada e condutas antissindicais, o Sindicato dos Bancários de São Paulo ingressou com ação na Justiça do Trabalho do estado de São Paulo para responsabilizar o banco. A sentença foi publicada nesta quarta-feira 28. “Um volume tão elevado de despedidas num momento de incertezas e medo, em que se fez necessário severo distanciamento para evitar a proliferação do vírus e quando os empregados não poderiam se reunir com o autor [Sindicato], revela (…), no mínimo, uma indisposição do empregador ao exercício da defesa de direitos das pessoas trabalhadoras através da atuação sindical”, escreveu na decisão o juiz Jeronimo Azambuja Franco Neto, da 60ª Vara do Trabalho de São Paulo. Na sentença, o magistrado ressaltou que o Santander declarou não possuir nenhum interesse em conciliação, mesmo após ter sido convidado para a primeira proposta conciliatória pela Justiça. “Nada mais notório que vivemos em um país de extrema desigualdade (7º lugar como mais desigual, segundo a PNUD) e de cínica violência (1º lugar em taxa de homicídios por armas de fogo, segundo a Pesquisa Global de Mortalidade por Armas de Fogo do Instituto de métricas e avaliação em saúde.” Prática antissindical A sentença também levou em consideração prática antissindical caracterizada pelo corte de 55% do salário de mais de 40 dirigentes sindicais bancários, cipeiros e trabalhadores em estabilidade provisória que ingressaram com ações judiciais de sétima e oitava horas. “Seguindo a análise da conduta antissindical do réu, constato que a prática discriminatória em relação aos dirigentes sindicais se mostra ainda mais nítida diante do descomissionamento simultâneo dessas pessoas empregadas do réu, em plena crise sanitária resultante da COVID-19, mesmo que, em relação a algumas dessas pessoas, ainda não tivesse havido sequer trânsito em julgado. É indubitável que o réu sabia que tal ato reduziria consideravelmente as verbas alimentares inerentes à subsistência digna dessas pessoas empregadas e dirigentes sindicais e, ainda assim, mesmo (…) tendo lucrado R$ 13,849 bilhões em 2020, (…), não se eximiu de praticar tal ato. Cabesp e Banesprev A ação foi movida também devido a mudanças unilaterais promovidas pelo Santander na Cabesp e no Banesprev que prejudicaram os participantes. O magistrado concluiu que houve proposta de reestruturação do Banesprev e Cabesp e descumprimento do termo de compromisso firmado entre as partes, “por não ter sido sequer convidado o autor [Sindicato] para participar do grupo de trabalho instituído pelo réu [Santander]. Está caracterizada, mais uma vez, a prática de ato caracterizador de conduta antissindical por parte do réu”. “Meros 1% do lucro durante crise sanitária e agravamento das condições sociais” A sentença enfatiza o lucro astronômico do Santander mesmo em meio a uma crise sanitária e social causada pela pandemia, que superou os 5 bilhões nos primeiros seis meses de 2020 e R$ 13 bilhões nos 12 meses encerrados em dezembro último. “Se, no cálculo indenizatório aplicarmos o módico percentual de 1% sobre o lucro líquido do primeiro semestre de 2020, chegamos ao valor de R$ 50 milhões. Tal valor, quando lido em termos absolutos parece superestimado, porém, é necessário ter em consideração o fato de que em num período de crise sanitária e aumento da miséria no Brasil a instituição bancária teve lucro recorde e o valor de R$ 50 milhões corresponde a meros 1% desse lucro líquido em apenas um semestre durante ano de crise sanitária e agravamento das condições sociais brasileiras”, escreveu o juiz Jeronimo Franco Neto. Para fundamentar sua sentença, o magistrado citou, ainda, a Declaração Universal segundo a qual, todos os seres humanos “devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. “Corolário disso, tal Declaração refere que ‘todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei’ (art. 8º). Nesse sentido, é devida a indenização por danos morais coletivos a fim de dar concretude ao remédio efetivo em face da conduta antissindical do réu”, afirmou o juiz Jeronimo Franco Neto. A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander e diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo Lucimara ressalta o caráter histórico e inédito da sentença. “Que esta decisão sirva de exemplo não só para o Santander, mas para todos os bancos. E o sindicato espera que, com esta sentença, o Santander volte a negociar e a levar a sério o processo negocial com o movimento sindical. Que o banco traga propostas e soluções para os problemas dos trabalhadores, e que cumpra com os dispositivos legais e com as convenções internacionais que o obriguem a respeitar negociação coletiva, ao invés de simplesmente cumprir agenda.” O Santander pode recorrer da decisão “Com certeza é uma decisão paradigmática na Justiça do Trabalho. As provas produzidas nos autos não deixaram dúvidas a respeito das práticas ilegais do Santander contra os bancários, o movimento sindical e os participantes da Cabesp e Banesprev. Lembrando ainda da valorosa contribuição do Ministério Público do Trabalho com parecer favorável à condenação do banco”, disse o advogado Eduardo Antonio Bossolan, da Crivelli Advogados Associados, escritório que conduz o processo pelo Sindicato. Fonte: Seeb SP

Como podemos ajudar?