Resultado da Consulta Nacional dos bancários foi apresentada na 24ª Conferência

Aumento real nas cláusulas econômicas, manutenção do emprego e dos direitos, combate ao assédio moral, saúde e condições de trabalho, igualdade de oportunidades e teletrabalho negociado são as principais reivindicações levantadas como prioridades pela categoria bancária para a Campanha Nacional 2022. Este foi o resultado da Consulta Nacional 2022, apresentado no final da tarde deste sábado (11), durante a 24ª Conferência Nacional dos Bancários. Entre 26 de abril e 3 de junho, mais de 35 mil trabalhadores, sindicalizados ou não, que trabalham nas agências e nos departamentos bancários em todo o Brasil responderam às questões da Consulta Nacional aos Bancários. Mais da metade dos bancários está disposta a conversar com colegas de trabalho sobre as reivindicações da categoria (55%), participar de reuniões e assembleias (51,8%) e aderir à greve (41,7%) para conquistar os pontos que avalia como importantes. Para 94,8%, o financiamento da luta para manutenção e conquistas de direitos deve ser responsabilidade de todos os bancários, pois todos se beneficiam das conquistas. Eleições são fundamentais A classe trabalhadora aprovou uma pauta de reivindicações que está sendo apresentada aos candidatos, para garantir empregos, recuperar direitos trabalhistas e previdenciários e fortalecer a representação sindical. Para 84,3% dos participantes da consulta, é muito importante eleger, nas eleições deste ano, candidatos à Presidência e ao Congresso Nacional, comprometidos com as pautas dos trabalhadores. Outros 12,2% classificam como importante. Teletrabalho Dado da consulta que chamou bastante atenção foi a opinião sobre a regulação do teletrabalho. Para 91% dos respondentes, ela deve ser realizada por meio de negociação coletiva, entre bancos e entidades sindicais. Metas abusivas e assédio moral; saúde e condições de trabalho no teletrabalho estão entre os temas a serem debatidos na área da saúde. A consulta nacional mostra que, para a maioria dos entrevistados (77%), o cansaço e a fadiga constante são resultados da cobrança excessiva pelo cumprimento de metas. Desmotivação, vontade de não ir trabalhar, medo de “estourar” (54%), dor ou formigamento nos ombros e nos braços ou mão (51%) e crise de ansiedade (44%) também foram apontadas como impacto na saúde. Outros efeitos do trabalho exaustivo identificados na consulta foram dificuldade para dormir (42%); crise de ansiedade (44%); crises constantes de dor de cabeça (26%), e dores de estômago e gastrite (26%). Mais de um terço dos bancários (35,5%) recorrem a antidepressivos, ansiolíticos ou estimulantes para se medicarem. Os dados completos da Consulta serão apresentados aos bancos durante as negociações da Campanha Nacional dos Bancários.

Presidente do Bradesco elogia exército em ano eleitoral

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) solicitou uma audiência com o Bradesco, para obter explicações sobre o vídeo em que seu diretor-presidente, Octavio de Lazari Junior, elogia o Exército Brasileiro. Na mensagem, que veio a público no último sábado (4), o executivo conta que no quartel se apresentava como “soldado 939 Lazari”, que aprendeu que “missão dada é missão cumprida” e que “o soldado Lazari continua de prontidão”. O pronunciamento faz referências ao banco como “um dos maiores do mundo”, com “90 mil funcionários”, e o vídeo traz a logomarca do Bradesco na abertura e no encerramento, o que lhe dá características de peça institucional. O CEO diz ainda que no Exército reforçou valores e que “esses princípios foram fundamentais para que eu pudesse construir minha carreira”. O pronunciamento de Octavio de Lazari Junior causou estranheza e indignação ao movimento sindical, pois o presidente capitão do Exército Jair Bolsonaro ataca insistentemente o sistema eleitoral, o Poder Judiciário, a imprensa, as entidades sindicais, as universidades e os movimentos sociais. A fala de Lazari, portanto, pode ser entendida como um apoio do Bradesco a esses ataques à democracia. Na audiência com o Bradesco, a Contraf-CUT debaterá em especial se o CEO falou em nome da entidade e qual o posicionamento do banco sobre a democracia, pois essas informações interessam a seus mais de 90 mil trabalhadores e a seus clientes, bem como a toda a sociedade brasileira, pois uma instituição financeira é uma concessão pública. Trata-se de uma regra fundamental do estado de direito, e democracia exige o pleno respeito às regras. Durante a ditadura militar, de 1964 a 1985, quando a Constituição em vigor foi rasgada, os sindicatos – inclusive vários da categoria bancária – sofreram intervenções, muitos de seus dirigentes foram perseguidos, presos, torturados e até mortos por forças da repressão. Os direitos trabalhistas não eram respeitados e muitas conquistas foram retiradas. Hoje, o que se vê do governo Bolsonaro é um esforço para que o país volte a essa página infeliz da história, com o desmantelamento do patrimônio nacional, a venda de bancos e empresas públicas, a desvalorização dos acordos trabalhistas, altos índices de inflação e desemprego. O movimento sindical, portanto, defende incondicionalmente a democracia, por se tratar de um valor fundamental e inegociável, pois somente com ele a classe trabalhadora pode se mobilizar para defender os seus direitos.

Caixa continua sendo usada em campanha eleitoral antecipada

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, está sendo acusado de usar a instituição para fazer campanha eleitoral antecipada para o atual presidente da República. As denúncias têm como base o vídeo “Caixa: mudança histórica de postura garante investimentos a quem mais necessita”, postado do canal pessoal no Youtube do presidente da República. No vídeo, há um depoimento do presidente da Caixa. Na visão da coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) do banco, Fabiana Uehara Proscholdt, trata-se de campanha eleitoral antecipada. “Não é a primeira vez que Pedro Guimarães usa a Caixa para fazer campanha eleitoral para o atual mandatário da Presidência da República. No ano passado, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) reconheceu que, já naquela ocasião, havia evidências de uso pessoal da Caixa para esta prática. Agora, mais uma vez, ele faz uso da imagem do banco com a mesma finalidade. Esperamos que o Mistério Público Eleitoral tome as providências que já tinham que ter sido tomadas”, disse Fabiana. Mas, para a coordenadora da CEE/Caixa, apesar de discordar do uso inapropriado da imagem do banco, o vídeo é providencial. “Mostra exatamente o desprezo que ele e este governo têm pela coisa pública, pelo banco público” disse.  “Querer se gabar de que este governo está vendendo a Caixa e que antes isso não existia é, no mínimo, falta de bom senso. Vender a Caixa não é um bom negócio. Só este governo privatista, sem compromisso com o país e com o povo brasileiro, acredita que se desfazer da Caixa e demais empresas públicas seja um bom negócio”, completou, lembrando que, em diversos países, está havendo uma onda de reestatização dos serviços públicos que haviam sido privatizados.

Eleições da Funcef: Não caia em fake news

O processo eleitoral da Fundação dos Economiários Federais (Funcef) entra na fase final. A votação do segundo turno para a escolha das diretorias de Benefícios e de Administração e Controladoria, assim como do Conselho Deliberativo, começa na sexta-feira (29/4) e segue até segunda-feira (2/5). Neste momento, os participantes dos fundos com direito a voto precisam ficar atentos. “A Funcef é o terceiro maior plano de previdência privada fechado do país. Tem gente que quer controlar os recursos do fundo com interesses escusos, diferentes dos empregados da Caixa que participam do fundo. Este tipo de pessoa está disposta a tudo, até mesmo ser processada por inventar mentiras sobre os concorrentes, para tentar sair vencedora do pleito”, afirmou em tom de alerta a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal, Fabiana Uehara Proscholdt. Fake news Para a diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionária da Caixa, Eliana Brasil, “em um tempo em que discutimos tanto o papel maléfico das notícias falsas (fake news) sobre o cotidiano das pessoas, principalmente em processos eleitorais, temos que ficar atentos às acusações espalhadas por meio das redes sociais e até por panfletos, muitas vezes apócrifos”, disse. “Precisamos ficar atentos e analisar o histórico dos candidatos para ver quem sempre esteve do lado dos empregados. O que está em jogo é a solidez, a rentabilidade e o futuro do nosso plano de previdência. Não podemos basear nossa decisão em acusações infundadas que possam surgir neste processo final de eleição da Funcef”, completou. A Contraf-CUT e a maioria das entidades de representação e associativas dos empregados apoiam as candidatas e candidatos que integram o grupo “Juntos – A Funcef é dos Participantes”. Conheça nossos candidatos DiretoriasRogério Vida – diretor de Administração e ControladoriaJair Pedro Ferreira – diretor de Benefícios Conselho Deliberativo (2 vagas)Antônio Messias Rios Bastos – titularWagner Ferreira – suplenteSelim Antônio de Salles Oliveira – titularHelaine Coutinho Cardoso – suplente

Centrais sindicais aprovam pauta unificada dos trabalhadores para as eleições de 2022

As centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CSB, CTB, Nova Central, Conlutas, Intersindical e Pública aprovaram nesta quinta-feira (07/04), durante a Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat), a Pauta Unificada da Classe Trabalhadora para as eleições de 2022. Trata-se de um documento com medidas emergenciais e estruturais para garantir empregos, recuperar direitos trabalhistas e previdenciários, fortalecer a representação sindical, além de promover a democracia e a vida no país. A proposta será entregue a todos os candidatos à Presidência da República que participarão da disputa eleitoral em outubro. De acordo com as lideranças sindicais, a prioridade da classe trabalhadora é derrotar o governo Bolsonaro. Isso porque a atual política econômica condenou a maioria da população ao desemprego, à fome e a miséria. Além disso, eles também defenderam como essencial a revogação das reformas trabalhista e da Previdência, bem como o fim do teto de gastos. “O que nos une é a consciência de que o momento que o Brasil vive é muito, muito grave”, afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre. “Além de derrotar o fascismo, é preciso recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento. Nesse sentido, para recuperar os direitos perdidos e fazer o país voltar a crescer, a luta dos trabalhadores será essencial”. Medidas estruturais Revisar os “marcos regressivos” da legislação trabalhista e previdenciária faz parte das medidas estruturais da pauta unificada. Dessa forma, os sindicalistas também querem políticas públicas para garantir o direito ao trabalho decente e proteção do emprego. O documento defende a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução dos salários, no entanto. E reivindica políticas de promoção de segurança e saúde no trabalho, assim como regulamentações que garantam a proteção dos trabalhadores frente às “inovações tecnológicas” que resultam em desemprego ou em condições precárias de trabalho. Outra bandeira é a retomada do Ministério do Trabalho, como instrumento de coordenação de todas essas políticas. Mulheres Outra exigência das centrais é o combate às desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Por isso, defendem o fortalecimento da licença-maternidade, da “licença parental”, além de assegurar creche em tempo integral e de qualidade, com horários compatíveis com as jornadas de trabalho parental. Histórico A primeira edição da Conclat foi em 1981, em Praia Grande (SP), ainda durante a ditadura. Em 2010, parte das centrais organizou uma reedição no estádio do Pacaembu, em São Paulo, então com o mesmo objetivo de hoje. No 1º de Maio, o movimento sindical também terá manifestação unificada.

Propostas dos trabalhadores da CUT são entregues a Lula

A Direção Nacional da Central Única Trabalhadores (CUT) lançou, na manhã desta segunda-feira (4), a Plataforma da Central para as Eleições 2022. O primeiro a receber o documento foi o ex-presidente Lula (PT), pré-candidato às eleições para a Presidência da República, que serão realizadas em outubro deste ano. Durante o evento, Lula afirmou que o país vive “um momento difícil” e que a unidade e a luta das centrais sindicais serão fundamentais para a reconstrução do país. O ex-presidente destacou ainda que as centrais devem elaborar as propostas de forma direta e objetiva sobre o futuro que a classe trabalhadora quer para o país nos próximos anos. “Vivemos um momento difícil no Brasil. Teve o impeachment e não aconteceu outra coisa na vida do movimento sindical senão derrota atrás de derrota, como as reformas [Trabalhista e da Previdência Social], o desmonte da Justiça do Trabalho, o desmonte das finanças dos sindicatos, o desmonte dos direitos trabalhistas que vinham sendo construídos desde 1943”, pontuou o ex-presidente. A Plataforma A Plataforma da CUT para as Eleições 2022 é uma síntese de propostas de interesse da classe trabalhadora, que abrange desde desenvolvimento econômico e sustentável até a valorização do trabalho, com políticas de distribuição de renda, geração de emprego de qualidade, inclusão social e democratização das relações de trabalho. A CUT tem tradição em debater internamente os problemas do país e elaborar propostas para municípios, estados e o país, em eventos realizados juntamente com as CUTs estaduais. Até 2009, os dirigentes elaboravam cartas compromisso. A partir de 2010, passou a construir as plataformas, que são entregues aos candidatos e candidatas durante as campanhas eleitorais. O objetivo é contribuir para o “diálogo com a sociedade e parceiros do movimento social e sindical”, na construção de pautas de interesse da classe trabalhadora, como destaca o texto de apresentação do Plataforma. Entre as diretrizes da plataforma estão a defesa da democracia, da cidadania e dos direitos humanos; o restabelecimento do papel do Estado como indutor da economia e implementação das reformas, como agrária, tributária e política; e o fomento à retomada do desenvolvimento econômico e social. Projeto deles é destruir direitos e a proteção social da classe trabalhadora De acordo com avaliação do ex-presidente Lula, a ofensiva da extrema direita contra os direitos sociais e trabalhistas foi violenta a ponto de causar uma certa inércia nos trabalhadores. “Foram desmontando tudo e nossa capacidade de reação foi pequena porque o que os movimentos conservadores fizeram foi antecipado por uma campanha forte, de narrativa de negação de tudo o que era bom para nós”, disse Lula. Tanto esses movimentos, aliados à campanha da mídia da época, que falava exaustivamente que direitos como 13° e férias significavam custo e tiravam o poder de competitividade do Brasil em nível internacional, contribuíram com o desmonte que viria na sequência do golpe. “Diziam que o Brasil não crescia e não exportava por que o custo era caro, mas nunca fizeram uma comparação entre o salário do trabalhador brasileiro com o salário de outros países”, disse se referindo a nações como Estados Unidos e França. Essa “narrativa”, disse Lula, ganhou a consciência das massas, que passou a “não ver sentido” no que o movimento sindical alertava – e alerta até hoje – de que o projeto de governo dos conservadores, em especial de Jair Bolsonaro (PL), é de destruir direitos e a proteção social da classe trabalhadora.

6º Congresso chega ao fim e aprova plano de lutas e elege nova diretoria da Contraf-CUT

Delegados e delegadas de todo país elegeram a nova direção da Contraf-Cut neste domingo (03/04), último dia do 6º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, na manhã deste domingo (3). Os representantes de sindicatos e federações filiados também aprovaram alterações estatutárias e definiram as diretrizes para o plano de lutas da próxima gestão. O Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense participou de todo o congresso com delegados escolhidos pela categoria. “Nestes três dias de congresso, debatemos temas importantes, que podem nos ajudar a reconstruir o Brasil que a gente quer. Nosso plano de lutas para a próxima gestão reflete estes debates, que nos levam a reafirmar o tema deste nosso congresso”, disse a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. Comitês de luta Uma das ações aprovadas foi a criação de comitês de organização e luta de bancários em todo o Brasil, com brigadistas que ajudem a difundir as informações para as bases e as propostas de interesses dos trabalhadores, como a defesa dos bancos públicos e a defesa do sistema financeiro com funções de desenvolvimento econômico e social do país. Eles também serão responsáveis por reverberar as lutas específicas da categoria, como o aumento real, o combate às metas abusivas, o fortalecimento da mesa única de negociações e a regulação do teletrabalho, entre outros. “Para colocar este plano de lutas teremos que manter a unidade das correntes políticas que compõem nossa confederação e, mais do que isso, fortalecer toda a organização sindical do nosso ramo e também das demais categorias. A classe trabalhadora precisa estar unida para conseguir eleger representantes para todas as esferas de poder nacional, estaduais e municipais que tenham compromisso com a classe trabalhadora”, ressaltou a presidenta da Contraf-CUT. “A mudança de rumo passa pelas eleições estaduais e nacional deste ano, mas segue com as eleições municipais daqui a dois anos. Nossa luta tem que ser constante e efetiva, ano após ano”, completou, ao garantir que os comitês que serão criados não serão desfeitos após a campanha nacional das categorias bancária e financiária deste ano, e nem após a campanha eleitoral. Campanha Nacional Juvandia lembrou que neste ano serão realizadas mesas de negociações para a renovação das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs), tanto dos bancários quanto dos financiários. As CCTs em vigência perdem a validade neste ano, uma vez que nas últimas negociações, ocorridas em 2020, elas foram aprovadas com validade de dois anos. “Mais uma vez teremos duras batalhas nas negociações com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e com a Fenacrefi (Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), mais uma vez teremos que lutar pela manutenção dos nossos direitos e para avançar em novas conquistas, principalmente com relação ao aumento real e uma boa PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Contamos com a contribuição de cada bancária e cada bancário nesta mobilização e luta para pressionar os bancos e as financeiras a atender nossas reivindicações”, afirmou. Moções A plenária do 6º Congresso da Contraf-CUT também aprovou três moções: Uma em defesa dos bancos públicos, uma em defesa da Petrobras e uma pela paz mundial. Nova diretoria As delegadas e delegados também elegeram a nova diretoria da Contraf-CUT, que assume a gestão da entidade pelos próximos quatro anos. Clique aqui e veja a composição da nova diretoria.

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